terça-feira, 3 de agosto de 2010

Questões

Pontos de interrogação flutuantes permanentemente bóiam quase invisivelmente defronte aos meus olhos. Quase, digo, porque só eu os enxergo. Ninguém mais.
Questiono-me sobre o fundamento das coisas, procuro sentidos já supondo que sequer existem. Nada do que dizem faz realmente sentido. Palavras quando repetidas como um mantra, acabam não tendo significado algum.
É só fazer o teste e concluir.
VIDA
VI-DA
V-I-D-A
A-D-I-V
D-I-V-A
V-A-D-I
VIDA
V-I-D-A
VIDA
VIDA
VIDA
VIDA
VIDA

Foque sua atenção no som das palavras.
v
vhhh
vhhh
Assim que fica o som. Quando dita somente a letra V.
i i me lembra "iiiiiiiiihhhhhhhhh, fudeu" assim, simples. É isso que o i me lembra.
D. "Dê" é uma letra que nada é sem uma vogal. Repararam? Letra inútil.
A. A. Completamente sem sentido o som que se dá ao pronunciar essa letra.

E mais sentido fica se ficar repetindo como mantra.
Vida. Palavra tão sem sentido quanto o próprio significado da palavra.
Nada significa pra quem não tem uma vida.
Só significa pra quem é vivo, pra quem vive, pra quem existe.
Mas talvez até o que não exista exatamente, existe. Talvez, eu disse.
Talvez.

Não há uma real necessidade de se repetir essa palavra ou qualquer outra para concluir o quão sem sentido são as coisas. Basta imaginar-se como uma pessoa desprovida de sentidos físicos e uma mínima capacidade de pensar/raciocinar.
O que seria exitir? O que seria a vida?
Nada.
Aquilo que inexiste.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Então! Como o pouco que venho postando por essas redes virtuais geralmente vai pro fotolog, cá está o link : FOTOLOG!

Até lá. (Ou até aqui se da próxima vez der par nos dados! rs)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Le Divine - Cat Power


SHE LOVES ME!!

Dia 22 para dia 23, 0h. Acabo de perder Manu Chao porque não quero correr o risco de não acordar amanhã para pegar a estrada e ir te ver.

dia 23, madrugada. Não sei se estou dormindo ou acordada. Talvez num estado de stand by. Viro pra lá, viro pra cá, me descubro, bebo água, levanto, olho o celular, deito de novo e volto a rodopiar pelo lençol. Inquietude.
7h e 50 min - acordo sem despertador. Dormi mal. Anciosa, inquieta para te ver.Mas ainda assim caindo de sono a ponto de não querer levantar. Sento na cama e repito seu nome como um mantra, pra lembrar a boa razão de eu estar a essa hora levantada. Vou tomar banho. e arrumo e desço pra tomar um café preto. Como duas fatias de pão de forma com requeijão. Dinheiro dividido nos bolsos da frente com zíper, pra não correr risco de perder. Mãe começa o falatório e me vejo obrigada a ir pra rodoviária antes do horário previsto, antes que ela arrume uma boa desculpa pra me impedir de ir.
9h- pego o circular que vai pro terminal. Pego o primeiro que passa, com medo de passar alguém de carro querendo me dar carona até lá e descobrir que na verdade meus amigos não vão comigo, irei sozinha.
9h e 25 min- chego ao terminal e vou direto pra rodoviária, que é do lado. Compro a passagem. R$ 40,85 reais. O ônibus sai 10h e 50 min. Pergunto quanto tempo mais ou menos demora até chegar à S. José dos Campos. Uma média de 3h e meia, 4h. Calculo o tempo pra ter alguma noção de que horas chgarei. Estou nervosa. Compro recarga de celular para poder mandar sms pra Heidi quando chegar. Saindo da banca vejo uma mulher com o cabelo muito parecido com o da minha mãe e tomo um susto, coração acelera. Olho uma segunda vez pra ter certeza que não é ela. Não é. Graças a Deus. Confiro a hora. 9h35min. Vai custar a passar. Caminho um pouco, depois sento. Vontade de urinar. Penso que vou esperar até o ônibus chegar e ir no banheiro do busu, para não ter que gastar com banheiro de rodoviária. Fico divagando. Pensando que se as pilhas palito não fossem tão caras, estaria escutando o mp3 que peguei emprestado de uma amiga. Continuo divagando. Reparo nas pessoas. Acho que estão olhando pra mim. Penso novamente em você, vou vê-la, estou anciosa, nervosa, inquieta. Batuco na perna. Depois balanço o pé. Mexo na mochila. Fecho. 9h 50 min. Caraca, a hora não passa. Penso que sou doida de fazer isso. Gastar minha última grana para viajar até S. José dos Campos, sozinha, para assistir um show. Tá, não é qualquer show. É a Divindade em pessoa. Essa sua voz. Seu estilo minimalista. Suas letras maravilhosas que me identifico muito. Penso que até poderia ter escrito aquilo, sinto o mesmo. Começo a cantarolar na minha cabeça. Mp3 mental. "There´s a dream that I see, I pray it can be... Look cross the land, shake this land..." O sonho que eu vejo, que eu quase chorei por não ter podido realizar ano passado, quando você tocou num show pago em Sampa. Quase chorei. Fiquei malz. Sonho que agora já vejo se realizando, você encantadora na minha frente, cantando com a sua voz de sereia. "We can all be free..." Lembro do quanto essa música me ajudou a "sacodir a terra" em tempos difíceis, perda de familires, perda de amigos, sonhos em papéis amarelados... Não realizados... Foras homéricos, fora de um cara que foi muito especial. Apresentei essa música para ele em tempos em que ele também não estava bem. Ele agradeceu e disse que a música ajudou muito. Sempre via a música tocando no msn dele, quando ele estava online. Lembrei também do modo insano como eu a conheci. Dormi de tv ligada, na mtv, estava assistindo o João Gordo, depois happy tree friends. Acabei caindo no sono quando já havi começado o Lado B. De repente, escuto uma melodia incrível, achei que estava sonhando, abri os olhos e percebi que vinha da tv. Peguei o minigravador que ficava na cabeceira e me inclinei em direção à tv."He war, he war, he will kill for you... hei hei heeeeeiiiii..." Liguei o gravador e gravei aquela música incrível. Voz feminina. Não vi o clipe muito bem, estava sonada. Mas gravei a música pra depois tentar descobrir quem era a autora daquela obra prima musical. Quando acabou, desliguei a tv, o gravador e dormi. Dormi feliz. No dia seguinte acordei e escutei novamente. Quis dançar. Fiquei fissurada. Mas não sabia quem era. Mostrei a música pros meus amigos. Ninguém conhecia. Um outro amigo escutou e disse: parece The Breeders. Procurei The Breeders. Escutei praticamente todas as músicas que eu achei e olhei todas as letras. Nada que parecesse. Continuei sem saber quem era a dona daquela voz incrível e daquela composição fantástica. Fiquei um bom tempo sem saber, talvez mais de ano. Até que algum dia, não sei como,Fiquei sabendo. Cat Power. Talvez alguém tenha descobrido e me falado, porque fiquei realmente fissurada e ficava cantarolando a melodia. Desde esse dia, procurei todas as músicas, videoclipes, letras, imprimi algumas letras, baixei músicas, pesquisei preços de cds. Tudo caro. Em um aniversário meu, informei aos meus amigos e alguns familiares do meu desejo por um cd seu. Não ganhei. Não tinha mp3 (e não tenho até hoje, o que uso é de uma amiga), então gravei um cd com algumas músicas. Me deixava leve escutá-lo. Insustentável leveza do ser. Se não fosse a gravidade, já teria decolado.
No meio dessa divagação toda, olhei a hora. 10h e 30 min. faltavam 20 min. Começou a me dar dor de barriga. Não consegui evitar o banheiro da rodoviária. Aproveitei e me maquiei um pouco, tava uma tranqueira com olheiras. Parecendo um panda. Depois das dez e meia, o tempo passou relativamente rápido. Logo o ônibus chegou. Olhei a placa. Aparecida. Eita! Olhei de novo. Uma lista de cidades pelas quais o ônibus passava. Rib. Pires. Cidade bonitinha. Lembrei da minha ida até Paranapiacaba, ali perto. Divina. Depois, Suzano, acho. Só sei que toda vez que o ônibus parava em alguma cidade, eu ficava agoniada. Demora. Muita demora. Se fosse direto, chegava mais rápido. Em Mogi eu já tava compltamente inquieta, só não fiquei me revirando no banco porque tinha gente do meu lado. Bateu 12h e junto, uma fomezinha. Comi um pacotinho de club social recheada. Sabor provolone. Tinha uma biscoitaria dentro da minha mochila, mas comi só a club social. Logo a fome passou. Mas minha inquietação, não. Cidades, cidades e mais cidades. Não sei quantas, ao todo. O ônibus parou em muitas. Quase 14h. Faltavam ainda uns 36km pra chegar em S. José. A cada cidade que passava eu torcia para não pararmos. Não paramos. Finalmente chego. 14h e 30 min, acho. Peço informação, que ônibus pegar até o parque da cidade. Informações confusas. Minha cabeça, mais ainda. Tento de novo. Fracasso. Pergunto pro taxista a média de preço até o parque. Uns 15 reais. caraca. Até tinha, mas gastar com táxi? Vou de novo olhar os ônibus. Procuro alguém que pareça estar indo pro show. Um casal, mas fiquei com vergonha. Voltei ao táxi. Peguei. Chego lá rapidinho, 15h. Pechincho o táxi com umas notas quebradas na mão. Contando moeda. rs Boa tática. Fez por 12 reais. Bom. Entro no parque e me sinto uma verdadeira forasteira. Novamente senti olhos em minha direção. Continuo andando. A Heidi está perto do palco. Chego perto do palco, pego o telefone para ligar pra ela. A menina que atendesse o telefone seria ela. Nem precisei. Olhei uma moça meio oriental sentada perto da grade lateral. De longe, pergunto: Heidi? Sim, era ela. Nos cumprimentamos como velhas amigas.

AS VIAJANTES FORASTEIRAS: HEIDI E EU.


Um cara de Pinda puxa assunto e a moça que está com ele também. Logo estávamos eu e Heidi papeando novamente. "Quero a Chan." "Estou nervosa". Fico batucando na perna. Olhando pros lados. Alguns gatinhos. Vi um moreno de cabelo liso, barbado. Tomei um susto. Um grande susto. Não, não era o cara que eu gostava e que apresentei a Maybe Not pra ele. Mas parecia MUITO. Só que esse tinha olhos azuis. Lindo. Vi de longe. Adoro morenos, inda mais de olhos azuis. Reparo no estilinho das meninas. Curti alguns visuais. Deveria ter perguntado se podia tirar foto. Eu e Heidi, volta e meia, olhávamos a hora. Falta tanto. Agora, tanto. Tocou o Voltz. Legalzinho. O show demorou pra começar. 16h e 45 min estávamos eufóricas. Passagem de som interminável dos músicos. 17h. Ainda passagem de som. Ai, que demora. 17h e 15 min. Nada. 17h e 30 min. Aumento de movimentação de imprensa. Começam a chegar uns "vips". A vocalista do Leela que eu esqueci o nome, mas que curto bastante. Um povo que devia ser da região. 17h e 45 min. Começa a escurecer. Não sei ao certo a hora mágica que a Divindade se fez humana e entrou no palco, só sei que fiquei igual criança. "A Chan, a Chan..." Tirei muitas fotos, a maioria ficou ruim. Live in Bars e The Greates para mim, foram o auge. Até dancei. De olho fechados. Mas não muito, pra não perder a Divindade de vista. Cat Power, Cat Power... Chan Marshall... Aquelas suas dancinhas esquisitas encantadoras... rs Achando que tá com cc...rsrsrsrsrsr Colocando a cabeça na frente do ventilador... Cantando, cantando, cantando... Lindamente. Gritei muito, dancei muito... Pedi He War, mas você não cantou. Okz, no problem. Quem precisa de uma música específica quando se tem várias outras pra ouvi-la cantar? E também só a sua presença já era lindamente encantadora. Até se ficasse muda eu continuaria lá. rs Foi lindo quando você disse: "Wish you were here near to me... You are so so far away..." No fim das contas, invadimos o vipódromo e atendemos ao seu pedido. rs E você retribuiu com flores, playlist e eu ganhei a melhor foto que eu consegui tirar. Uma Deusa com flores nas mãos. Ainda foi pra bateria e arrasou, gata! rs Eu e Heidi saímos de lá em estado de alegria extrema, não conseguíamos falar de outra coisa, nem disfarçar a euforia. Nós vimos a Cat Power, Chan Marshall em pessoa. Ouvimo-na cantando ao vivo, aquela voz linda que só uma Divindade poderia ter... Foi a loucura mais sã que fizemos na vida... Foi lindo, maravilhoso, sublime... Certos momentos do show, eu olhava pra você, olhava pro céu, pra lua... Pensava: Eternidade! Esteja aqui e agora! Sabia que o show iria acabar, que você iria embora, mas tudo bem: Músicas são eternas, assim como boas lembranças são inesquecíveis. Sabia que toda vez que relembrasse o show, detalhes, você, ali, a poucos metros de mim, cantando lindamente, eu reviveria tudo. Como estou revivendo aqui e agora, dois dias depois. Não importa quanto aquele momento durou. O que importa é que existiu, eu vivi aquilo, plenamente. Todas as sensações, todas as canções, todas as dancinhas... Eu vivi. E faria essa loucura toda novamente, para viver um segundo melhor dia da minha vida. O primeiro melhor dia foi 23 de maio de 2010. Show da Catpower na Virada Cultural Paulista em S. José dos Campos.



A FOTO QUE EU TIREI DA DIVINDADE CHAN MARSHAL- CAT POWER

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ciúme, ciúme...

Quis um dia que tu fosses inexistente. Não me suporto contigo dentro do peito. Me irrito com amigas, pretendentes,amigos, mãe, cães...
Fora do meu alcance de compreensão, esse sentimento de posse. E faz muito tempo descobri que nada é realmente meu, a não ser eu mesma.
Acerca da teoria meditativa de que tudo é um, ora, se tudo fosse um, ontem não teria sido um dia péssimo porque nenhuma amiga retornou minhas ligações e só me restou ficar estudando matemática financeira. Ou tentando. Falando sozinha. Precisava conversar, as paredes estavam lá, prontas pra me ouvir. Aquele sentimento de solidão eterna, inabalável e imutável é realmente doloroso. Mas voltei-me ao meu centro, a mim mesma, meu foco, minha vida, meu estar, meus planos e objetivos. Desabafar não me faria chegar em nenhum lugar onde eu pretendia estar.
Relaxei. Estudei. Descansei. Olhando o telefone de cinco em cinco minutos.
Bem que eu já havia concluído que até mesmo uma mínima iniciativa de enviar um sms perguntando como está é tiro no pé. Parece-me que acabou aquela sensação de "alguém me quer". Quer? Não quer? Tem quem queira?
Tenho lá minhas dúvidas.

Guerreiras a cavalo, lanças em punho, esperem, chegarei.
Estou na estrada.
Peregrina.
Procutrando meu lugar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Teoria da conspiração II ou Teoria da Preguiça

Texto e imagens vindos do blog da minha amiga Marcella Santos, o Lira Santista



Numa dessas conversas filosóficas com meu amigo e companheiro de aventuras - Bruno - confabulávamos e especulávamos uma possível causa para a inércia da humanidade (do ponto de vista da transformação de valores e da competência do homem comum em criar sua arte e cultura e não apenas consumí-la).

Pois bem, depois de uma rápida retrospectiva da história da humanidade chegamos à conclusão de que a preguiça move esse sitema que criamos.

Vai soar como um paradoxo, afinal andamos trabalhando, com esforço, em nossos empregos em busca da perfeição que nos levará ao paraíso de uma sociedade com seus problemas solucionados.
Que seja só uma demência momentânea da minha parte, que seja! Ao menos compartilho com vocês um pouco das angústias. Talvez seus possíveis argumentos contrários à essa teoria me convençam e me tragam um pouco de paz.

Desde sempre estamos imbuídos na criação de novos mecanismos que facilitem nossa vida. Desde a criação da roda até a do controle remoto, tudo é voltado para evitar o esforço.

Lembro-me de que no ano passado estive no terminal de ônibus de Santos com um amigo e ele comentou que as pessoas tinham tudo mastigado. A cada 2 metros você encontra uma placa informando "Plataforma A"; "Plataforma B", anda-se mais alguns passos e a placa diz "Agora você está na plataforma C"; "Você está aqui" (e o mapinha com um ponto vermelho e uma seta apontando para ele).

Hoje quando se pensa em invenção pensa-se em criar algo que facilite nossos trabalhos. Temos a máquina de lavar roupa, batedeiras, espremedores, furadeiras, lixadeiras, vassouras elétricas, hidráulicas… E a coisa vai ficando surreal: máquina de lavar louça, máquinas de pegar bichinho de pelúcia, apontadores automáticos de lápis, escovas de dentes elétricas (!!!).

Há algo mais bizarro que a bicicleta ergométrica?! Depois ainda inventaram as TVs com paisagens que se coloca em frente da bicicleta simulando lugares pelos quais você passa sem precisar passar. Aliás, o que dizer daquele aparelho de contrair os músculos? Acho que é "Total Shape" o nome, consiste em levar uns choques na barriga para não ter de fazer abdominal. Até para exercitar sentimos preguiça.

Nem preciso me alongar muito nos exemplos, acho que já deu para perceber a que ponto chegamos. Levamos muito a sério o conceito de "ferramenta".

Aí é claro, tem sempre alguém inventado algo novo nesse sentido, de que as pessoas realmente não precisarão, apesar de não se darem conta disso. Por trás de tudo isso as máquinas, que são todas essas instituições, nos empurram a idéia de que precisamos dessas coisas, e, quando já as adquirimos ficam defasadas e precisamos de coisas novas ou mais modernas.

Nunca é suficiente. Aí o cara, vamos imaginar um designer de aparelhos de barbear, termina suas 8 horas diárias e volta para casa exausto. Desenhar, esculpir, escrever, compor, estudar, são coisas que ele não estará disposto a fazer. Então ele senta-se no sofá e liga sua TV que é o lugar onde a arte já está pronta e com o selo "tipo exportação", nessa ele pode confiar.

O que pensamos, no final das contas é que a nossa preguiça nos fez chegar aqui. Aqui no mundo das escadas rolantes, pilotos-automáticos, ligações telefônicas acionadas por comando de voz.





Tudo o que realmente importava ficou no meio do caminho. O impulso que nos levou à criação da roda foi nossa salvação e será nosso declínio. Pois, aí onde reside as propagandas que nos impelem a adquirir essas ferramentas supérfluas reside também a escassez da matéria prima com que se produz as maravilhas do mundo moderno. Aí onde reside o desejo de chegar a casa e ter apenas de apertar alguns botões para que tudo funcione, também aí reside a chaga do parasitismo que nos presenteia com a obesidade, derrame, angina e a falta de
fertilidade cerebral que nos impede de conjugar o verbo "produzir" antes do "consumir".

(esse texto foi escrito por mim e fertilizado na minha cabeça pelas minhas conversas com amigos, pelos livros, pela observação, pela minha tendência ao pessimismo e pelo Bruno principalmente - excetuando-se a parte da propaganda, uma vez que ele é publicitário.




...Depois do que a Marcella escreveu,não preciso dizer mais nada, não é mesmo?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010




Agradeço tudo o que me aconteceu, todo o meu passado, todas as minhas experiências, boas e ruins, pois foram subsídios pra construir o que sou hoje e que aprimoro a cada dia, com o auxílio de tudo o que vivencio....

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Saboreio este dia,
Fruto roubado no pomar do tempo.
Sabe-me a novidade,
Deixa-me os lábios doces.
Tem a polpa de sol, e dentro dele
Calmas sementes de outro sol futuro.
Cheira a terra lavrada e a maresia.
E tão livre e maduro,
Que quando o apanhei já ele caía.
Miguel Torga